Os estados que apresentaram maior percentual de alunos em tempo integral matriculados na rede pública do ensino fundamental são do Nordeste: Ceará, com 51,4%; Piauí, com 48,9%; e Maranhão, com 40,3%. Os dados constam do Recenseamento Escolar 2023, divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Ministério da Ensino (MEC) e pelo Instituto Pátrio de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Nove estados apresentaram percentuais supra da média pátrio, que é de 17,5%. Desses, somente dois não estão na Região Nordeste: Tocantins, com 35,7%, e São Paulo, com 21,9%. Completam a lista de estados que subiram a média pátrio Alagoas (20,4%), Paraíba (19,5%), Sergipe (18,9%) e Bahia (17,5%).
Os piores índices ficaram com Rondônia (2,9%), Amapá (4,4%), Roraima (4,5%) e Santa Catarina (5,8%).
O desempenho do Nordeste foi elogiado pelo ministro da Ensino, Camilo Santana, durante a divulgação do recenseamento. “Quero realçar que os estados que têm o maior taxa de número de matrícula de tempo integral são nordestinos”, disse o ministro ao associar o resultado a políticas públicas porquê o Programa Escola em Tempo Integral, que prevê o aumento das vagas em tempo integral, ou seja, com uma jornada igual ou superior a 7 horas diárias ou 35 horas semanais.
Sancionado em julho de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa previu R$ 4 bilhões em investimentos para ampliar em 1 milhão o número de matrículas em tempo integral nas escolas de ensino básica no ano pretérito. A meta é saber, até 2026, tapume de 3,2 milhões de matrículas.
Anos iniciais e finais
Durante a apresentação do Recenseamento 2023, o diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Trigueiro, apresentou um quadro com a evolução da proporção de alunos em tempo integral no ensino fundamental, comparando, ano a ano, o número de matriculados nos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
Em 2019, o índice de matriculados que faziam tempo integral nos anos iniciais era de 10,1%, e de 10,3% nos anos finais. Em 2020, eram 8,4% dos matriculados nos anos iniciais, enquanto 7,5% dos que estavam nos anos finais estavam matriculados. Em 2021, eram 9,3% nos anos iniciais e 9,9% nos anos finais; e em 2022, eram 11,4% nos anos iniciais e 13,4% nos anos finais.
Resposta rápida
Em 2023, o recenseamento contabilizou 13,6% de matrículas em tempo integral nos anos iniciais e 16,5% nos anos finais. “Esse propagação é uma resposta bastante importante, decorrente das políticas que estão em curso no ministério. A resposta foi muito rápida em relação ao comportamento dessas matrículas de tempo integral”, avaliou o ministro.
“Vocês podem reputar cá o esforço que cada estado teve, no sentido de ampliar a permanência dos estudantes na escola. Nossa expectativa é de que, agora em 2024, essa proporção seja bastante ampliada em função dos programas que estão em curso no Ministério da Ensino”, acrescentou.
Ensino fundamental
O levantamento mostrou que a maior secção dos alunas da ensino básica se concentra no ensino fundamental (26,1 milhões de matrículas), e que 121,4 milénio escolas (68%) ofertam alguma das suas etapas: 103,8 milénio atendem alunos nos anos iniciais (1º ao 5º) e 61,8 milénio cobrem os anos finais (6º a 9º).
“A rede municipal é a principal responsável pela oferta do 1º ao 5º ano, com 10 milhões de estudantes matriculados (69,5%), o que representa 86,1% da rede pública. Nessa lanço, 19,3% dos alunos frequentam escolas privadas, rede que cresceu 1,1% de 2022 para 2023”, detalha o MEC.
Ao todo, 11,6 milhões de alunos frequentam os anos finais, nos quais a partilha de responsabilidade entre estados e municípios na oferta do ensino é mais equilibrada, se comparada aos anos iniciais. “A rede municipal atende 5,1 milhões de estudantes (44%) e a estadual, 4,6 milhões (39,5%). As escolas privadas representam 16,3% das matrículas do 6º ao 9º ano”, complementou.
Ensino médio
Ainda segundo o Recenseamento 2023, 7,7 milhões de matrículas foram registradas em 2023 no ensino médio, o que representa uma “ligeira queda de 2,4%” na verificação com o ano anterior. Trata-se, segundo o MEC, de um “movimento esperado, em função do aumento das taxas de aprovação no período da pandemia”.
O levantamento mostra que 84,8% dos alunos do ensino médio estudam no vez diurno; e que 15,2% dos estudantes estudam à noite. A maioria (94,5%) frequenta escolas urbanas. Outra estatística observada é de que 43,4% das escolas de ensino médio atendem mais de 500 estudantes.
A primeira lanço do Recenseamento Escolar 2023 apresenta dados sobre escolas, professores, gestores e turmas, além das características dos alunos da ensino básica. Foram registrados 47,3 milhões de estudantes, considerando todas as etapas educacionais, distribuídos em 178,5 milénio escolas.
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