O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, quer aproveitar a Cúpula do G20, que acontecerá em novembro no Rio de Janeiro, para colocar em discussão mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU) e no funcionamento de instituições financeiras internacionais. Em viagem à Etiópia, ele defendeu neste domingo (18) que há uma crise na governança global e defendeu ser preciso encontrar uma solução para dívidas contraídas por país pobres.
Lula participou uma vez que convidado 37ª Cúpula da União Africana (UA), que reuniu chefes de Estado e membros de governos dos 54 países da África. Nesta sábado (17), os líderes políticos do continente também discutiram propostas para uma reforma no sistema financeiro internacional.
O presidente brasílio fez menções diretas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. “Essas instituições vão servir para financiar desenvolvimento dos países pobres ou vão continuar existindo para sufocar os países pobres?”, questionou. Lula afirmou que há países africanos com dívidas impagáveis e sugeriu convertê-las em ativo de desenvolvimento.
“Esse quantia, ao invés de voltar para a instituição que emprestou, pode ser direcionado para a construção de uma ferrovia, de uma rodovia, de uma hidrelétrica, de uma termelétrica, de uma universidade, de uma instituição de pesquisa. Ou seja, vá para alguma coisa que significa desenvolvimento para o continente africano”, afirmou.
O presidente também colocou dúvidas sobre agências de avaliação da credibilidade dos países e defendeu que elas sejam fiscalizadas. “A quem elas servem quando fazem certas avaliações negativas?”.
Lula disse que a Cúpula do G20 será o melhor momento para discutir estas questões. O Rio de Janeiro está na narração regressiva para sediar o evento em novembro. No G20, têm assento as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. O grupo se consolidou uma vez que mesada global de diálogo e coordenação sobre temas econômicos, sociais, de desenvolvimento e de cooperação internacional.
Em 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu a presidência rotativa, substituindo a Índia. É a primeira vez que o país assume essa posição no atual formato do G20, estabelecido em 2008. Além dos membros de grupo, a Cúpula do G20 do Rio de Janeiro também contará com a participarão de oito países convidados. Em preparação para o evento, a capital fluminense recebe nesta semana, entre quarta-feira (21) e quinta-feira (22), um encontro de chanceleres dos Estados envolvidos.
ONU
Para Lula, outro tema que precisa ser discutido com urgência pelo G20 é o funcionamento das Nações Unidas. O presidente brasílio considera que a ONU não tem sido capaz de executar os objetivos que levaram à sua geração em 1945.
“Não tem oferecido conta de resolver os problemas. Os membros do Parecer de Segurança são os maiores produtores de armas. São os que detêm as armas nucleares. São os que têm recta de veto. E são os que não cumprem zero porque não se submetem ao próprio Parecer de Segurança”, lamentou.
Ele avaliou que é preciso mudanças para que a organização seja capaz de ser condutora da contrução de um outro mundo. “Não dá pra esperar a boa vontade dos países que estão no Parecer de Segurança. Quem está lá dentro, não quer que ninguém mais entre. Logo nós, que queremos edificar uma novidade geografia mundial, temos que litigar para entrar. O mundo é outro, não é o mesmo de 1945. Precisamos ter uma representação mais robusta. Tem que ter mais países e completar com o recta de veto, porque não é verosímil que um país sozinho possa vetar uma decisão tomada por todos os outros”, acrescentou.
O Parecer de Segurança da ONU é constituído por 15 países. Desses, cinco – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Uno – são membros permanentes com poder de veto. Os outros 10 assentos são ocupados de forma rotativa, conforme eleição realizada em Tertúlia Universal da Nasções Unidas para mandatos de dois anos. A formação atual inclui Argélia, Equador, Guiana, Japão, Súcia, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suiça.
Lula comentou a falta de ação da ONU diante do conflito na Fita de Gaza. Ele classificou a ofensiva do tropa de Isreal na região uma vez que “genocídio” e “chacina”. O governo israelense afirma praticar o direto de autodefesa, posteriormente ter sofrido ataques do grupo palestino Hamas em outubro do ano pretérito. Estimativas apontam para mais de 25 milénio mortos, boa segmento deles crianças e mulheres.
“O que acontece no mundo hoje é falta de instância de deliberação. Nós não temos governança. Eu digo todo dia: a invasão do Iraque não passou pelo Parecer de Segurança da ONU. A invasão da Líbia, a invasão da Ucrânia e a chacina de Gaza também não passaram. Aliás, decisões tomadas pela ONU não foram cumpridas. O nós estamos esperando para humanizar o ser humano. O Brasil está solidário ao povo palestino. O Brasil condenou o Hamas e não pode deixar de improbar o que o tropa de Israel está fazendo”, acrescentou Lula.