O número de mulheres aprovadas na terceira edição do curso de graduação em Ciência e Tecnologia, da Ilum Escola de Ciência, em Campinas (SP), foi maior do que de homens pela primeira vez. A faculdade gratuita interdisciplinar em Ciência e Tecnologia integra o Núcleo Pátrio de Pesquisa em Vigor e Materiais (CNPEM), sob supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A lista da primeira chamada deste ano com os nomes dos 40 aprovados foi divulgada na sexta-feira (2) pela Ilum Escola de Ciência. Dos aprovados, 62,5% são mulheres e o restante 37,5%, homens.
O diretor da Ilum Escola de Ciência e também membro da Liceu Brasileira de Ciência, Adalberto Fazzio, explicou que o resultado faz segmento da ampliação do debate na sociedade científica sobre a preço do aumento da presença de mulheres na ciência.
Ilum Escola de Ciência, faculdade inovadora e gratuita do Núcleo Pátrio de Pesquisa em Vigor e Materiais, em Campinas – Foto: Ilum Escola/Divulgação
“Temos visto diversas iniciativas Brasil afora para incentivar essa maior ingressão de meninas nos cursos das mais diversas áreas da ciência, e essa mudança na sociedade certamente trará inúmeros benefícios a toda comunidade científica e à sociedade de forma universal”, avalia.
Do totalidade dos convocados, 42,5% são da Região Sudeste; 30%, do Nordeste; 15%, do Núcleo-Oeste; 10%, do Sul; e 2,5%, do Setentrião.
A seleção dos aprovados considerou a nota do Examinação Pátrio do Ensino Médio (Enem); a epístola de intenção, com formulário com a revelação de interesse com relatos de experiências pessoais e escolares; e entrevistas remotas com os pré-selecionados. Metade das vagas foi reservada a estudantes da rede pública de ensino.
Com o lema O Mundo Precisa de Mentes Curiosas e Questionadoras, a Ilum atraiu número recorde de estudantes interessados em se tornar cientistas. A terceira edição do processo seletivo anual registrou 3,9 milénio inscrições, de todas as regiões do país, o que resultou em uma média de 97,5 candidatos por vaga, em 2024.
Matrícula
Ilum Escola- Ilum Escola/Divulgação
O curso superior em Ciência e Tecnologia tem 3 anos de duração, em período integral. As matrículas para o curso de bacharelado podem ser realizadas pelos 40 selecionados na primeira chamada, desde segunda-feira (6). Para confirmar o interesse, é necessário preencher digitalmente os dados cadastrais e enviar a documentação necessária.
No caso de desistência da matrícula, a Ilum Escola de Ciência convocará outros candidatos seguindo as classificações.
O início das aulas será em 4 de março.
Benefícios
Desde a primeira edição, todos os estudantes aprovados terão recta à moradia, alimento e transporte gratuito durante todo o curso. A escola oferece ainda curso de inglês.
No primeiro dia de lição, o aluno recebe o kit de boas-vindas, com um computador pessoal de última geração, já equipado com os programas necessários para realização das atividades acadêmicas.
O aluno da segunda turma de Ciência e Tecnologia Davi José Araújo Pereira, de 20 anos, que saiu de Barra do Corda (MA), conta porquê esses benefícios mudaram o curso da vida acadêmica dele.
“O entrada à moradia, computador, alimento, curso de inglês e o pagamento da passagem para Campinas me permitiram estar cá. Minha família não teria condições financeiras para proporcionar estar em um lugar porquê a Ilum e nem em Campinas. Quero continuar na Física, fazer doutorado, em seguida me formar”.
O mesmo entendimento tem a aluna da primeira turma do bacharelado Beatriz Borges, de 21 anos, de Aracaju, que tem o sonho de ser observador desde párvulo. “Sou de família humilde, a primeira a ingressar em um curso superior. Sempre estudei em escola pública. Não conseguiria me manter, em Campinas, sem a moradia, alimento, laptop. A Ilum me permitiu trespassar de Aracaju e fazer uma faculdade de primazia”.
O aluno da primeira turma do curso Gabriel Torquato de Souza, 19 anos, disse que a escola de ciências mudou a vida dele. “Se não fosse a Ilum, estaria trabalhando e fazendo um curso superior à noite [em Manaus]. A qualidade do ensino cá é de primazia e o projeto pedagógico é voltado para interdisciplinaridade”.
Laboratório da Ilum Escola de Ciência, de Núcleo Pátrio de Pesquisa em Vigor e Materiais, em Campinas (SP) – Ilum Escola/Divulgação
Escola de ciência
Criada em 2021 por professores do Núcleo Pátrio de Pesquisa em Vigor e Materiais (CNPEM), a Ilum Escola de Ciência tem porquê objetivo formar os cientistas do porvir e, para isso, oferece graduação interdisciplinar e gratuita, com foco na prática em grupo, troca de conhecimentos e experimentação.
A instituição de ensino superior conta com espaços para estudos, trabalhos em equipe e de convívio integrada. O corpo docente usa os quatro laboratórios nacionais considerados de ponta, do CNPEM, ao qual é vinculada.
Toda essa estrutura com equipamentos didáticos avançados é destinada às aulas práticas. Desde o primeiro semestre, os alunos vivenciam uma experiência integrada de mergulho no que aprendem em sala de lição.
Ilum Escola de Ciência, do Núcleo Pátrio de Pesquisa em Vigor e Materiais, em Campinas (SP) – Foto: Ilum Escola/Divulgação
“Estudar ciência no Brasil não é fácil. As condições não são as mais adequadas. Saber que meu país tem um pólo dessa qualidade, me dá muita esperança”, disse a aluna da segunda turma da Ilum Ana Karen de Oliveira Pinto, de 20 anos, originário do Rio de Janeiro.
A Ilum é financiada pelos ministérios da Ensino e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Já o CNPEM é uma organização social sem fins lucrativos que integra os laboratórios nacionais de referência para pesquisas nas áreas da saúde, robustez renovável, ciências agroambientais, materiais renováveis e tecnologias quânticas. A infraestrutura, com instalações que permitem multiusuários, é ensejo à comunidade científica brasileira e internacional.
Nesse meio, trabalham equipes científicas multitemáticas especializadas, que adotam linhas estratégicas de investigações acadêmicas e lideram projetos em parceria com o setor produtivo e industrial, além de formar investigadores e estudantes.
O espaço abriga, também, o Laboratório Pátrio de Luz Síncrotron Sirius, indicado pela comunidade científica porquê um dos mais modernos aceleradores de elétrons do mundo. Esse multíplice da ciência brasileira é usado para investigar a elaboração e a estrutura da material, em variadas formas, com aplicações em inúmeras áreas do conhecimento.