O ministro da Instrução, Camilo Santana, disse nesta quarta-feira (22) que não existe a menor possibilidade de o governo federalista interferir ideológica ou politicamente nas questões formuladas para o Revista Vernáculo do Ensino Médio (Enem).
A asserção foi feita durante audiência na Câmara dos Deputados, depois parlamentares terem levantado suspeitas contra algumas questões que, segundo eles, associariam o agronegócio brasílio ao desmatamento nos biomas do país; à exploração de trabalhadores do campo; e à invasão de terras indígenas.
“Quero expor que não há a menor possibilidade de interferência do Ministério da Instrução ou deste governo nas provas do Enem. Aliás, com relação a essas questões, a percentagem que elaborou essa prova foi selecionada em 2020, e os itens foram criados em 2021. Portanto, durante o governo anterior. Foi [o governo Bolsonaro] quem elaborou essas questões”, disse o ministro.
Ainda sobre a questão da prova que citava o agronegócio, o ministro argumentou que ela era de tradução de texto, elaborada a partir de um livro. “Não é questão de concordar ou discordar. É de interpretar”.
Agronegócio
Posteriormente ouvir da oposição acusações de que o governo Lula não gostava do setor agropecuário, Santana garantiu não possuir, por segmento do atual governo, qualquer preconceito contra o setor “tão importante para o país”.
“Inclusive, o governo que mais apoiou o agronegócio ao longo da história foi exatamente o do presidente Lula. Nós valorizamos e apoiamos [este setor]. Inclusive o Projecto Safra, que foi lançado, é o maior projecto da história desse país. Nós compreendemos a relevância desse setor para a economia brasileira. Não só os grandes, mas os médios e os pequenos que produzem”, complementou ao referir uma série de parcerias entre órgãos federais, algumas envolvendo universidades, e a produção agrícola.
Meio envolvente
Camilo Santana, no entanto, reiterou que o governo se preocupa também com a questão ambiental, em peculiar com o combate ao desmatamento. Na avaliação do ministro, os cuidados com o meio envolvente são benéficos também para os produtores rurais, uma vez que garante a eles melhores condições para o plantio.
“Estamos vendo as mudanças climáticas que estão acontecendo nos estados. Isso é fruto da reação da natureza. A meu ver, não é incompatível [associar] o prolongamento econômico e do agronegócio com a proteção e o reverência ao envolvente nesse país. Não é incompatível você crescer respeitando o meio envolvente. Essas duas coisas são compatíveis. É nisso que acreditamos e é isso o que defendemos”, concluiu.