Dois meses posteriormente se subordinar a uma cirurgia para restaurar a pronunciação do quadril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma sua agenda de viagens oficiais internacionais na próxima semana.
Antes de desembarcar nos Emirados Árabes, onde participará da 28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP28), da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa no próximo dia 30, Lula visitará a Arábia Saudita e o Espiolhar.
Na sequência, o presidente e sua comitiva seguirão para a Alemanha, com chegada prevista no dia 2 ou 3 de dezembro para se reunir com representantes do governo sítio, para tratar de temas de interesse dos dois países.
Lula viajará na companhia de vários ministros, incluindo Marina Silva, do Meio Envolvente e Mudança do Clima, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores; da primeira-dama Rosângela Lula da Silva e convidados.
Segundo o mensageiro Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário do Itamaraty para África e Oriente Médio, Lula e seus acompanhantes devem permanecer um dia na Arábia Saudita e outro no Espiolhar.
O governo brasílico decidiu aproveitar a ida do presidente a COP28 para incluir uma graduação na Arábia Saudita e, assim, atender a um invitação do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. No país, Lula se reunirá com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que cumpre as funções de superintendente de Estado. Ele também participará de um encontro com empresários sauditas e de um evento de promoção de produtos da brasileira Embraer.
“Há a possibilidade de incremento dos investimentos sauditas no Brasil. Já houve [em outubro de 2019] um proclamação da intenção de se investir [no Brasil] um pouco em torno de US$ 10 bilhões, segmento dos quais já vêm sendo investidos, mas há ainda uns bons passos para se desenvolver mais esta relação”, disse Carlos Duarte.
No Espiolhar, Lula aproveitará o contato com lideranças políticas e empresariais para aprofundar e variar a relação bilateral. “[O Catar] é um país que tem uma ação econômica importante na região e além. Também tem uma ação política relevante e é interessante [para o Brasil] manter, aprofundar e variar não só a relação econômica, porquê a política”, explicou o mensageiro.
Carlos Duarte admitiu a possibilidade de Lula aproveitar a passagem pelo Espiolhar para tratar da guerra entre Israel e o Hamas, grupo político-militar que controla a Tira de Gaza e que em 7 de outubro atacou o território israelense, matando centenas de civis e dando motivos para o governo israelense bombardear a Tira de Gaza, matando, indiscriminadamente, a civis e integrantes do Hamas.
O Espiolhar atuou porquê mediador junto ao Hamas para que o grupo liberasse os reféns sequestrados, o que possibilitou o estabelecimento de um congraçamento de cessar-fogo.
“O Espiolhar é um país que tem uma interlocução com as partes e com o qual o Brasil tem mantido um via de diálogo sincero. Ultimamente, na questão da repatriação dos brasileiros que se encontravam em Gaza, o ministro Mauro Vieira se referiu ao Espiolhar, mais de uma vez, porquê sendo um interlocutor importante neste processo”, lembrou o mensageiro.
Alemanha
Embora a COP28 só termine no dia 12 de dezembro, Lula deve deixar os Emirados Árabes no dia 2 de dezembro. Do Oriente Médio, o presidente e segmento de sua comitiva viajarão à Alemanha, onde Lula se reunirá com o presidente Frank-Walter Steinmeier, que compareceu à posse do petista em janeiro deste ano. Lula também se encontrará com o primeiro-ministro Olaf Scholz em ao menos duas ocasiões, incluindo um jantar oferecido por Scholz, em 3 de dezembro.
No dia 4, membros da delegação brasileira participarão da 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Tá Nível. “A Alemanha só possui leste mecanismo com o Brasil, na América Latina, e com poucos países de outras regiões”, explicou a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária para Europa e América do Setentrião do Itamaraty, lembrando que a primeira reunião ocorreu em 2015.
Terceira maior economia mundial, detrás dos Estados Unidos e da China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos tecnológicos e industrial. Mais de 1.000 empresas alemãs já atuam em território brasílico e, segundo o Banco Médio, o país germânico é a oitava maior nascente de investimentos no Brasil.
“Entre todos os países [europeus e norte-americano] da secretaria da qual eu me ocupo, a Alemanha foi, certamente, um dos com os quais nós mais avançamos no relacionamento bilateral ao longo deste ano”, sublinhou a embaixadora.
De congraçamento com Maria Luisa, a delegação brasileira viaja a Alemanha com a expectativa de assinar uma série de memorandos de entendimento, declarações conjuntas, cartas de intenções, planos de trabalho e acordos para trocas de informações que já vêm sendo discutidos há meses.
“É uma agenda ampla, relevante para ambos os países. As principais áreas [de interesse] são meio envolvente; mudança climática; desenvolvimento global; lavradio; bioeconomia; robustez; saúde; ciência e tecnologia e inovação. Ou por outra, a Alemanha é um dos países que defendem [a assinatura do] congraçamento Mercosul-União Europeia”, destacou a embaixadora antes de manifestar a expectativa de que o congraçamento entre os dois blocos regionais seja assinado ainda leste ano. “Estamos fazendo o provável para isso”.