Logo depois o carnaval, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Egito e à Etiópia, entre os dias 14 e 18 de fevereiro, para substanciar a agenda internacional do Brasil junto aos países africanos, buscando ampliar as parcerias por meio de uma agenda generalidade pró-Sul Global.
O termo Sul Global é usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul do planeta.
O combate à desigualdade e à penúria, a transição energética e as mudanças climáticas e a reforma das instituições internacionais, além da ampliação do negócio entre o Brasil e os países africanos, estão entre os temas que o presidente Lula deve tratar na viagem, segundo informou, nesta quarta-feira (7), o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O secretário de África e de Oriente Médio do MRE, legado Carlos Sérgio Sobral Duarte, disse que existe uma coincidência entre a agenda internacional do Brasil e dos países africanos.
“A maior participação de países em desenvolvimento nas decisões dos organismos internacionais é uma aspiração importante, não só do Brasil, mas também dos africanos, dos países em desenvolvimento em universal, e os africanos são um corpo de vozes e votos importante”, avalia Duarte.
O Brasil defende, no projecto global, reformas nos bancos internacionais, uma vez que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, assim uma vez que no Recomendação de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), uma vez que forma de aumentar a representação dos países do Sul Global nesses espaços.
O secretário do Itamaraty para África e Oriente Médio acrescentou que essa viagem tem um caráter mais político e reflete as prioridades que o presidente Lula tem oferecido à política externa brasileira.
“Essas visitas procuram, e certamente serão muito sucedidas, em substanciar esses elementos da política externa brasileira, em termos de reinserção e de participação direta em soluções para essas questões ambientais e econômicas internacionais. Mas também em relação à prioridade África, esse continente que ainda é relativamente pouco explorado do ponto de vista econômico, do ponto de vista mercantil, mas que tem tantos vínculos com o Brasil”, destacou.
Gaza
O legado acrescentou que a guerra na Fita de Gaza também deve ser abordada pelo presidente Lula tanto no Egito, quanto na Etiópia, ocasiões em que deve tutorar uma solução para a viabilização do Estado da Palestina.
“Qualquer conversa que os chefes de Estado tenham sobre esse objecto, privadamente, mais reservadamente, certamente esses elementos do parar queimação e da soltura de reféns e condições conducentes a uma solução, eu acho que certamente estarão presentes”, disse.
Egito
Assim com a Etiópia, o Egito está entre os países recém-integrados ao Brics, conjunto que reúne economias emergentes uma vez que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. E a teoria da viagem é substanciar os laços entre os dois países.
O presidente Lula tem agenda marcada com o presidente Abdel Fattah El-Sisi, no Cairo, no dia 15 deste mês. Também está prevista uma provável visitante à Liga Sarraceno, grupo de países árabes que tem sua sede no Cairo.
Apesar de essa ser uma viagem considerada mais política, também será discutida a possibilidade de ampliar as exportações agropecuárias do Brasil para o Egito. De consonância com o secretário Duarte, o objetivo é fazer “o Egito admitir um número maior de certificações em relação a abatedouros cá no Brasil, para aumentar esse fluxo mercantil”.
Etiópia
Na Etiópia, o presidente Lula terá reuniões bilaterais com autoridades e vai participar, uma vez que convidado, da Tertúlia da União Africana, entidade que representa os tapume de 50 estados do continente e tem sua sede na Adis Abeba, capital da Etiópia.
O secretário do MRE Carlos Duarte disse que o Itamaraty interpretou esse invitação “uma vez que um reconhecimento da prioridade que o presidente [Lula] vem dando, vem imprimindo à sua política externa no que diz saudação à África. E também a coincidência das agendas africana e brasileira”.
Além do presidente Lula, devem participar da reunião, uma vez que convidados, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Mando Palestina, Mahmoud Abbas. A expectativa do Itamaraty é que Lula se reúna com ambos durante os dias 17 e 18 de fevereiro.
O legado acrescentou que a reunião será uma oportunidade para que o presidente tenha contato direto com outros chefes de Estado da União Africana. Segundo ele, Lula deve priorizar, em seu exposição, “ênfase a essas coincidências [entre as agendas internacionais do Brasil e países africanos] e as oportunidades de cooperação”.